querido JCN, muito obrigada por estar atento e por ter sido a comentar num texto que saiu cá de dentro. E o JCN é o quê? Um criativo tranquilo? :) Um abraço com saudades!
Há textos ou coisas ou pessoas que aparecem no momento certo. Este é um deles. Há uma necessidade de criação que move a ansiedade. Ou será ao contrário? Ou, um provoca a outra? Não sei. Apenas sei que foi um Verão pleno de ideias, que se resumiram a uma semana apressada a entender que nada seria feito. Fazer as pazes com isso? Talvez. De publicitário a professor e criativo independente nos últimos 3 anos e ainda a entender como lidar com isso. Um Doutoramento a começar esta semana (nunca na vida pensei). E ainda (desde sempre) a querer ser cartunista e argumentista. Enfim... Não resolvido, mas mais aliviado, após ler isto. Obrigado e boa sorte, Rafaela :)
Ricardo, fiquei realmente balançada com a tua honestidade e partilha sincera. Obrigada por me escreveres. Sabes, nós nunca sabemos o que ressoa no outro se não houver esta troca de ideias, esta partilha. Obrigada por não me deixares sozinha nessa dúvida. E Doutoramento... bem, coragem não te falta. Boa sorte nessa aventura. Se és, também tu um criativo, vais tirar doutoramento em quê, já agora? Um abraço
Eu também ainda estou a balançar no precipício da escolha do doutoramento. Diria mais sem noção que coragem 😅 Sou um criativo publicitário que quer deixar de vender sabonetes para vender ideias à séria no ensino universitário. Por isso: Ciências da Comunicação. Vamos a ver no que dá! Abraço e boa sorte nas dúvidas (e que elas nunca acabem!)
Vejo-me nas tuas palavras como se estivesse em frente a um espelho. Sou a eterna descontente, personifico o António Variações para achar que o melhor é sempre o outro caminho. Se vou pela esquerda, penso que deveria ter escolhido a direita; se vou pela direita, é a esquerda que me parece mais apetecível. No meu caso, para além de ansiedade, levo também uma grande dose de procrastinação na bagagem. Levei anos até perceber as manobras do meu cérebro para me distrair. Nos últimos tempos, tenho-me forçado a fazer coisas só por fazer (como ir a clubes do livro, wink wink), sem ter uma "agenda" ou uma estratégia por trás.
Seja de mês a mês ou semana a semana, é sempre bom voltar a ler-te :)
Linda Lídia, gosto muito dessa estratégia de fazer coisas sem estratégia ou agenda. Seja clubes do livro, conversas e passeios, conta comigo para explorarmos juntas o que for possível. :) (obrigada por me leres)
Estou com a Lídia, seja em que periodicidade for, é sempre bom ter-te de volta :) Obrigada por escreveres com tanta honestidade e por ires a tantos temas importantes e tantas lutas comuns a todos nós: a pressão, as expectativas, as “caixas”, as noções de sucesso, a culpa, o medo, a ansiedade.
Querida Ana, muito obrigada a ti por estares atenta e pela felicitação do regresso à escrita. Obviamente, não conhecemos as lutas uns dos outros, mas eu olho para ti e vejo uma capacidade de foco e consistência que é muito fácil invejar. Sei que a tua generosidade fez com que agora houvesse um livro sobre o tema (wink, wink). Espero que seja um bom aliado neste regresso à partilha de ideias e textos. Um grande abraço (que bela noite ontem).
Obrigado por este texto, identifiquei-me com tanta coisa. Acabo de recordar o dia em que, numa dessas avaliações corporativas que referes, me disseram que o meu conforto, ao contrário do da maioria, era estar fora da zona de conforto. Que era nesse contacto com o novo e com aquilo que é diferente que me sentia bem - apesar do risco, do esforço, etc., que é como quem diz apesar do desconforto. Aproveito para te (me?) perguntar se pode também existir algum conforto no “desconforto que nos faz crescer”, aquele que faz com que já não caibas em ti. Bjs muitos e cheios de bicho-carpinteiro.
Estamos nisto juntos e sei que vamos conseguir encontrar o equilíbrio que nos deixa satisfeitos com aquilo que fazemos. Obrigada a ti por seres o maior impulsionador para que eu ande sempre no desconforto, daquele bom.
Eu tenho “um emprego a sério” e infelizmente a regra da produtividade constante também mora aqui. Uma pessoa nem sabe passar um sábado descansado sem sentir alguma forma de culpa. Devia ter feito mais uma máquina de roupa, devia ter lido mais um livro, devia ter andado mais… A grande questão agora é sempre “estamos a aproveitar o suficiente?”
Sofia, desejo-te sorte nessas questões e nesses questionamentos. Acho que mais do que não saber ESTAR, estarás talvez a ser demasiado dura contigo mesma? <3
Daqui ansiosa para ansiosa (já criativa não me tenho sentido muito ultimamente): não estás sozinha. Gosto de pensar que são momentos como este, de desconforto, que precedem as boas mudanças. Quem sabe? Seja como for, é sempre bom ler-te 😊
Claro que és criativa. Mesmo que não te sintas, isto está na tua essência. :) obrigada por me leres e por partilhares este desígnio comigo. Um grande abraço <3
Assim somos inquietos e tá tudo bem - os pensamentos e preocupações vêm e vão e nem sempre tudo corre como planeado de qualquer maneira - por mais que queiramos ter controlo sobre cada cenário não é?
Identifico-me pois aprecio os benefícios corporativos e tenho mais paz a trabalhar por contra de outrem do que quando era freelancer, mas sei que pode não ser assim pra sempre e poderei mudar de ideias. Acho que devemos normalizar mudar de opinião pois deixa nós ser mais flexíveis a tomar decisões :)
Gostei tanto desta carta! É bom ter-te de volta :) E foi ainda melhor ver-te em carne e osso.
Acho que parte dos nossos dilemas com a identidade vem de termos a expectativa de que a nossa profissão seja estanque, definida numa função, clara e compreensível a todos. Se calhar vem do professor, bombeiro, polícia, médico, veterinário, aquele catálogo que nos deram quando tínhamos 5 anos. Entre elas, uma "profissão" muito atraente do artista, do profissional liberal, criativo, solto, entusiasmado, sem limites senão o que nos foi sendo transmitido pela cultura popular: descomprometido, talentoso (mas com pouco esforço), alternativo, livre. O "boémio", que o Florida descreve na teoria da classe criativa. Quando nos vemos fora do que, para nós, seria a moldura que conhecemos, é como estar numa piscina e não saberes onde ficam as bordas — ficas sem referências, sem chão, e questionas onde estás, para onde vais e se te deves sequer mexer.
"Se é o desconforto que nos faz crescer, digo-vos que já não caibo em mim".
WOW, simplesmente maravilhosa esta frase. Tenho apenas 16 anos e sinto que essa é das melhores frases que me descreve, como rapariga que sente que não tem tempo suficiente para tantas ideias, para tanta criatividade. Obrigada por isto, obrigada por me fazeres ver que não sou a única criativa ansiosa :)
Nem todos os criativos são ansiosos. E os ansiosos não costumam ser criativos.
Fora este pequeno reparo, uma excelente leitura. É bom ter amigos assim, positivos, numa altura em que anda tudo de penca caída.
querido JCN, muito obrigada por estar atento e por ter sido a comentar num texto que saiu cá de dentro. E o JCN é o quê? Um criativo tranquilo? :) Um abraço com saudades!
Há textos ou coisas ou pessoas que aparecem no momento certo. Este é um deles. Há uma necessidade de criação que move a ansiedade. Ou será ao contrário? Ou, um provoca a outra? Não sei. Apenas sei que foi um Verão pleno de ideias, que se resumiram a uma semana apressada a entender que nada seria feito. Fazer as pazes com isso? Talvez. De publicitário a professor e criativo independente nos últimos 3 anos e ainda a entender como lidar com isso. Um Doutoramento a começar esta semana (nunca na vida pensei). E ainda (desde sempre) a querer ser cartunista e argumentista. Enfim... Não resolvido, mas mais aliviado, após ler isto. Obrigado e boa sorte, Rafaela :)
Ricardo, fiquei realmente balançada com a tua honestidade e partilha sincera. Obrigada por me escreveres. Sabes, nós nunca sabemos o que ressoa no outro se não houver esta troca de ideias, esta partilha. Obrigada por não me deixares sozinha nessa dúvida. E Doutoramento... bem, coragem não te falta. Boa sorte nessa aventura. Se és, também tu um criativo, vais tirar doutoramento em quê, já agora? Um abraço
Eu também ainda estou a balançar no precipício da escolha do doutoramento. Diria mais sem noção que coragem 😅 Sou um criativo publicitário que quer deixar de vender sabonetes para vender ideias à séria no ensino universitário. Por isso: Ciências da Comunicação. Vamos a ver no que dá! Abraço e boa sorte nas dúvidas (e que elas nunca acabem!)
Vejo-me nas tuas palavras como se estivesse em frente a um espelho. Sou a eterna descontente, personifico o António Variações para achar que o melhor é sempre o outro caminho. Se vou pela esquerda, penso que deveria ter escolhido a direita; se vou pela direita, é a esquerda que me parece mais apetecível. No meu caso, para além de ansiedade, levo também uma grande dose de procrastinação na bagagem. Levei anos até perceber as manobras do meu cérebro para me distrair. Nos últimos tempos, tenho-me forçado a fazer coisas só por fazer (como ir a clubes do livro, wink wink), sem ter uma "agenda" ou uma estratégia por trás.
Seja de mês a mês ou semana a semana, é sempre bom voltar a ler-te :)
Linda Lídia, gosto muito dessa estratégia de fazer coisas sem estratégia ou agenda. Seja clubes do livro, conversas e passeios, conta comigo para explorarmos juntas o que for possível. :) (obrigada por me leres)
Estou com a Lídia, seja em que periodicidade for, é sempre bom ter-te de volta :) Obrigada por escreveres com tanta honestidade e por ires a tantos temas importantes e tantas lutas comuns a todos nós: a pressão, as expectativas, as “caixas”, as noções de sucesso, a culpa, o medo, a ansiedade.
Querida Ana, muito obrigada a ti por estares atenta e pela felicitação do regresso à escrita. Obviamente, não conhecemos as lutas uns dos outros, mas eu olho para ti e vejo uma capacidade de foco e consistência que é muito fácil invejar. Sei que a tua generosidade fez com que agora houvesse um livro sobre o tema (wink, wink). Espero que seja um bom aliado neste regresso à partilha de ideias e textos. Um grande abraço (que bela noite ontem).
Obrigado por este texto, identifiquei-me com tanta coisa. Acabo de recordar o dia em que, numa dessas avaliações corporativas que referes, me disseram que o meu conforto, ao contrário do da maioria, era estar fora da zona de conforto. Que era nesse contacto com o novo e com aquilo que é diferente que me sentia bem - apesar do risco, do esforço, etc., que é como quem diz apesar do desconforto. Aproveito para te (me?) perguntar se pode também existir algum conforto no “desconforto que nos faz crescer”, aquele que faz com que já não caibas em ti. Bjs muitos e cheios de bicho-carpinteiro.
Estamos nisto juntos e sei que vamos conseguir encontrar o equilíbrio que nos deixa satisfeitos com aquilo que fazemos. Obrigada a ti por seres o maior impulsionador para que eu ande sempre no desconforto, daquele bom.
De nada e obrigado a ti por fazeres o mesmo por mim.
Eu tenho “um emprego a sério” e infelizmente a regra da produtividade constante também mora aqui. Uma pessoa nem sabe passar um sábado descansado sem sentir alguma forma de culpa. Devia ter feito mais uma máquina de roupa, devia ter lido mais um livro, devia ter andado mais… A grande questão agora é sempre “estamos a aproveitar o suficiente?”
Acho que não sabemos apenas ESTAR.
Sofia, desejo-te sorte nessas questões e nesses questionamentos. Acho que mais do que não saber ESTAR, estarás talvez a ser demasiado dura contigo mesma? <3
Daqui ansiosa para ansiosa (já criativa não me tenho sentido muito ultimamente): não estás sozinha. Gosto de pensar que são momentos como este, de desconforto, que precedem as boas mudanças. Quem sabe? Seja como for, é sempre bom ler-te 😊
Claro que és criativa. Mesmo que não te sintas, isto está na tua essência. :) obrigada por me leres e por partilhares este desígnio comigo. Um grande abraço <3
Assim somos inquietos e tá tudo bem - os pensamentos e preocupações vêm e vão e nem sempre tudo corre como planeado de qualquer maneira - por mais que queiramos ter controlo sobre cada cenário não é?
Identifico-me pois aprecio os benefícios corporativos e tenho mais paz a trabalhar por contra de outrem do que quando era freelancer, mas sei que pode não ser assim pra sempre e poderei mudar de ideias. Acho que devemos normalizar mudar de opinião pois deixa nós ser mais flexíveis a tomar decisões :)
Gostei tanto desta carta! É bom ter-te de volta :) E foi ainda melhor ver-te em carne e osso.
Acho que parte dos nossos dilemas com a identidade vem de termos a expectativa de que a nossa profissão seja estanque, definida numa função, clara e compreensível a todos. Se calhar vem do professor, bombeiro, polícia, médico, veterinário, aquele catálogo que nos deram quando tínhamos 5 anos. Entre elas, uma "profissão" muito atraente do artista, do profissional liberal, criativo, solto, entusiasmado, sem limites senão o que nos foi sendo transmitido pela cultura popular: descomprometido, talentoso (mas com pouco esforço), alternativo, livre. O "boémio", que o Florida descreve na teoria da classe criativa. Quando nos vemos fora do que, para nós, seria a moldura que conhecemos, é como estar numa piscina e não saberes onde ficam as bordas — ficas sem referências, sem chão, e questionas onde estás, para onde vais e se te deves sequer mexer.
"Se é o desconforto que nos faz crescer, digo-vos que já não caibo em mim".
WOW, simplesmente maravilhosa esta frase. Tenho apenas 16 anos e sinto que essa é das melhores frases que me descreve, como rapariga que sente que não tem tempo suficiente para tantas ideias, para tanta criatividade. Obrigada por isto, obrigada por me fazeres ver que não sou a única criativa ansiosa :)
Revi-me muito neste texto.
Raquel <3, muito, muito obrigada! Estamos na luta!